ELEK SCHWARTZ
Foi na sua terra natal, a Hungria, que Elek Schwartz
iniciou a ligação ao futebol, ainda como jogador, no Temesvar. Jogou depois na
vizinha Roménia, no Ripensia, acabando por se naturalizar romeno, a carreira
como técnico iniciou-se em 1943, e passou pelo Draguignan, Mónaco e Le Havre,
tendo posteriormente treinado clubes na Alemanha.
Seguiram-se 7 épocas como técnico da Federação Holandesa
e, finalmente, surgiu o convite para treinar o Glorioso.
O contrato foi assinado a 28 de Maio de 1964, pelo que
conseguiu chegar a Portugal para ver o Benfica esmagar completamente o porto na
final da Taça de Portugal, ganhando por 6-2.
Para além conquistar mais um tricampeonato para o
Benfica, conseguiu alguns resultados notáveis no clube, levando o Benfica a
mais uma final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Estreou-se como técnico do
Benfica num jogo em casa a 22 de Agosto de 1964, com o Atlético Bilbau.
Em relação aos titulares da época anterior, Elek Schwartz
fez algumas alterações, mesmo tácticas, que foram decisivas para as prestações
ao longo da época. Manteve a estrutura defensiva, com Costa Pereira na baliza,
Cavém a defesa direito e Cruz a defesa esquerdo, mas teve a ousadia de ser o
primeiro Treinador do Benfica a utilizar com regularidade, sistematicamente e
em simultâneo, 2 defesas centrais de raiz, Germano e Raul. O meio Campo foi
ocupado por Coluna, à esquerda pelo
único reforço da temporada, Péridis, a dividir a titularidade com Neto, à
direita.
No ataque alinharam os 4 habituais titulares, desde a
saída de José Águas.. José Augusto, Torres, Eusébio, e Simões!
A táctica pareceu dar os seus frutos, já que o Benfica
fez uma época excelente, obtendo Goleadas e Vitórias retumbantes. Por terras
lusas, o clube encarnado sagrou-se Campeão Nacional a 3 Jornadas do final do
campeonato, alcançando o seu segundo Tricampeonato Nacional.
Na caminhada Europeia, na Taças dos Clubes Campeões
Europeus, o clube encarnado também teve muitas alegrias, venceu o Real Madrid
por 5-1, eliminando-o da competição nos quartos de final. Nas meias finais, a 5
de Maio de 1965, o Benfica venceu os Hungaros do Raba Eto Gyor por 4-0,
conseguindo assim o apuramento para a final.
Foram de festa os dias em que os adeptos encarnados
aguardaram pelo dia da final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, um jogo a
ser disputado com o Inter de Milão, no estádio de San Siro. Mas este não seria
um dia de sorte para os adeptos encarnados, tendo em conta que o Benfica perdeu
por 0-1, fruto de um incrivel tento marcado pelos italianos a Costa Pereira.
Todo o ambiente criado pelos adeptos e pela imprensa em
torno de Elek Schwartz, levou-o a pedir para não continuar uma nova temporada à
frente do futebol benfiquista, antecipando-se à resolução da Direcção que iria
no mesmo sentido.
Elek Schwartz além de ser um estudioso do futebol e
" dos modernos sistemas de tácticas e treinos" era também um
excelente profissional, era o primeiro a chegar de manhã ao Estádio e o último
a sair, dirigindo-se a sua casa para estudar os seus apontamentos e preparar o
trabalho do dia seguinte. Não precisava de manter a disciplina com castigos nem
atitudes rispidas, algo que agradava bastante aos jogadores, mas estava sempre
atento aos mais ínfimos pormenores.
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