FERNANDO CABRITA
Fernando Cabrita foi jogador de futebol durante as
décadas de 1940 e 1950, começando a sua carreira no Olhanense, clube que então
se encontrava na primeira divisão. Cabrita integrou o plantel em 1942 e aí
permaneceu até 1951.
O contributo de Fernando Cabrita para a sua equipa foi
excepcional, com o Olhanense a atingir lugares respeitáveis na classificação.
Atacante, é recordado como um jogador "de ouro" da equipa de Olhão.
Um dos seus jogos mais memoráveis ocorreu a 1 de julho de
1945 em Lisboa, quando disputou a final da Taça de Portugal contra o Sporting,
a qual perdeu por 1-0.
Pouco antes da final da taça, no mesmo ano, Cabrita foi
convocado para a seleção portuguesa pela primeira vez, para a partida contra
Espanha disputada a 11 de março de 1945. O jogo terminou com um empate a 2-2.
Fernando Cabrita foi o autor de um golo na seleção,
marcado durante o seu segundo jogo internacional, disputado contra Espanha a 2
de abril de 1950, cinco anos depois de ter sido convocado pela última vez. Este
jogo, decorrido em Madrid, terminou com uma derrota por 5-1 para Portugal,
tendo feito parte das Eliminatórias do Campeonato Mundial de Futebol de 1950.
A sua última participação na selecção nacional deu-se
durante um jogo amigável contra o Brasil, em São Paulo, que terminou com a
derrota de Portugal por 3-0. Somou ao todo sete internacionalizações, marcando
um golo pela equipa nacional.
Após a despromoção do Olhanense no fim da temporada
1950/1951, Cabrita tentou a sua sorte em França, no Angers, clube onde jogou na
segunda divisão francesa, e onde permaneceu dois anos.
Depois de jogar em França, o jogador regressou a
Portugal, onde integrou a equipa do Sporting Covilhã, que jogava na primeira
divisão.
Um ano após a sua chegada à equipa, Cabrita tornou-se, em
simultâneo com a sua carreira de jogador, treinador de um clube pequeno perto
da Covilhã, o Unhais da Serra, que jogava na divisão regional de Castelo Branco
(AF Castelo Branco).
Durante a sua carreira no Sporting da Covilhã, o jogador
viu o seu clube ser despromovido para a II Divisão - Zona Norte. Durante a
temporada 1957/1958, a sua penúltima como jogador, a equipa atingiu o segundo
lugar da classificação e foi novamente promovido para o principal escalão do
campeonato português. A equipa terminaria a época na oitava posição.
Foi em 1956 que sua carreira como treinador começou,
primeiro com o Unhais da Serra. Apesar de ser a primeira vez que o clube
poderia ser promovido para a III Divisão, a equipa acabaria, no entanto, por
ser despromovida.
Na época 1959/1960, Cabrita foi treinador do Portimonense,
clube da 2ª divisão. Na época seguinte, juntou-se às reservas do Sport Lisboa e
Benfica, onde permaneceu como adjunto e orientador das camadas jovens até à sua
ascensão como treinador principal na época de 67/68, entre a saída de Fernando
Riera e o regresso de Otto Glória. A aposta foi bem sucedida: o clube foi
campeão nesse ano e ainda conquistou a Taça da Honra.
Mais tarde, o treinador juntou-se ao União de Tomar, após
ter sido despromovido. Em 1970, a equipa terminou na segunda posição regressando
para o principal escalão do futebol português.
Após esta passagem pela cidade dos Templários, o
treinador foi chamado de novo para o Benfica durante a temporada 1973/1974,
tendo conquistado apenas a Taça de Honra. Cabrita permaneceu no clube como adjunto
até 77/78, altura em que regressou ao comando de um clube da segunda divisão,
desta vez o Beira Mar, com o qual terminou o campeonato em primeiro lugar.
O Rio Ave chamá-lo-ia também para treinar a equipa entre
1980 e 1981. Na temporada seguinte, Cabrita foi treinador do Académico de
Viseu.
Tendo já demonstrado talento e domínio da táctica como
treinador, Cabrita foi escolhido como seleccionador nacional de Portugal em
1983. Foi sob a sua orientação que a Selecção Nacional chegou à fase final do
Euro 1984 que decorreu em França. A participação de Portugal foi memorável, com
embates contra a Alemanha (0-0) Espanha (1-1), Roménia (1-0), que permitiram à
equipa chegar à meia final, onde encontrou a França. O jogo foi disputado a 23
de junho de 1984 em Marselha. A equipa esteve perto da final, conseguindo dar a
volta a um resultado negativo já no prolongamento. No entanto, os portugueses
cederam à pressão e acabaram por perder por 3-2 já no fim do encontro, graças a
golos de Domergue e Platini.
A 24 de Agosto de 1985, Fernando Cabrita foi feito
Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.[1]
Após a eliminação no Europeu, Fernando Cabrita passou a
orientar a equipa de Penafiel, mas não conseguiu evitar que o seu clube
acabasse despromovido para a 2ª divisão.
Em 1986/1987, assumiu o comando da equipa do Estrela da
Amadora, que jogava na segunda divisão, e terminou em segundo lugar.
No ano seguinte, Fernando decidiu tentar um novo desafio,
e deslocou-se para Marrocos para treinar o Raja Casablanca para a temporada
1987/1988. Foi o primeiro treinador estrangeiro do clube, conseguindo o feito
de atingir o título de campeão pela primeira vez na história da equipa.
Depois do título conquistado em Marrocos, regressou à
primeira divisão portuguesa durante a temporada 1988/1989 para treinar o
Académico Viseu, que recorreu a Cabrita para ajudar a salvar o clube da
despromoção. Porém, a aposta não foi bem sucedida e o clube terminou em 20°
lugar, o último na Liga.
Em 1990/1991, Cabrita fez uma nova passagem por Marrocos,
regressando ao Raja Casablanca, onde desta vez não conquistou quaisquer
títulos.
Em 1991/1992, a sua última temporada como treinador,
Fernando Cabrita decidiu ficar próximo da sua família e do Algarve, onde
nasceu, para ser treinador do Esperança de Lagos.
Fernando Cabrita faleceu a 22 de Setembro de 2014, em
Loures, com 91 anos.
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